Vape faz mal à saúde? Perguntas e Respostas
Vape faz mal à saúde, mesmo que muitas pessoas acreditem que seja uma alternativa menos prejudicial quando comparado ao tabagismo tradicional.
Quando avaliamos os danos do vape ou cigarro eletrônico na saúde bucal, vemos que também traz grandes riscos preocupantes.
Vape é menos prejudicial porque não contém tabaco?
É verdade que vape não possui tabaco, além de conter concentrações menores de nicotina, mas isso não quer dizer que seja menos prejudicial. O cigarro eletrônico possui mais de 80 substâncias químicas tóxicas que variam conforme o produto.
Além disso, o calor gerado pelo dispositivo pode prejudicar os tecidos da boca e da garganta, causando irritações e inflamações.
Já o aroma e sabor dos líquidos utilizados no vape podem mascarar sintomas de problemas bucais, como mau hálito e sangramento gengival.
Vape pode ajudar quem deseja parar de fumar?
Não ajuda. Pelo contrário, os vapes são considerados uma porta de entrada para pessoas adquirirem o vício do tabagismo.
É comum vermos alguns argumentos comerciais na tentativa de impulsionar as vendas do cigarro eletrônico, alegando que seria um recurso para pessoas que desejam parar de fumar, mas encontram dificuldades de acabar com o vício.
Porém, alguns dos aditivos aromatizantes do vape contém pirazina, uma substância que reduz os efeitos irritativos desagradáveis da tragada, fato este que dificulta ainda mais a interrupção do hábito do tabagismo.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o uso dos vapes aumenta em três a quatro vezes a probabilidade de uma pessoa experimentar o cigarro convencional. Ou seja, na realidade, acontece exatamente o oposto do que foi proposto.
Vape pode causar câncer?
Quando comparamos o uso do vape com o cigarro convencional, identificamos outros tipos de danos à saúde, porém, igualmente perigosos.
As doenças que este hábito pode causar são: câncer (principalmente de pulmão, esôfago, estômago e bexiga), enfisema (dificuldade respiratória e sensação de falta de ar) e doenças cardiovasculares.
Além disso, o sabor diferente e adocicado do vape, muitas vezes de fruta, engana muita gente! As partículas são mais finas e podem alcançar estruturas mais profundas dos pulmões, como os alvéolos e, assim, cair na circulação sistêmica, o que aumenta o risco de doenças graves e óbito.
Quando os sintomas do vape levantam o alerta à saúde bucal?
O comprometimento da saúde bucal também é um impacto do hábito do uso de vape.
Muitas pessoas acreditam que os efeitos dos vapes são mínimos e silenciosos, no entanto, há casos alarmantes de usuários que apresentam sinais claros de comprometimento da saúde bucal, entre eles:
- Baixa salivação e boca seca;
- Pigmentação dental e lesões de desgaste provocadas pelo bruxismo, agravado pela ansiedade;
- Saliva de baixa qualidade e mais ácida, aumentando o risco de cárie e contribuindo para o avanço do desgaste dental.
Estudos já comprovam que, ao invés de “aliviar” o estresse, os vapes podem fazer justamente o contrário: agravar a ansiedade, ocasionar o bruxismo e provocar baixa qualidade de sono.
O paciente das fotos relatadas abaixo, por exemplo, mencionou noites mal dormidas, insônia e apneia, fatores que pioram ainda mais os sintomas de tensão e desgaste nos dentes.
Por que essa informação é importante para os dentistas?
As consequências do uso de vapes aparecem na boca antes mesmo de se manifestarem no sistema respiratório. Por isso, o dentista é um dos primeiros profissionais a identificar os sinais de alerta decorrentes do hábito.
Quem faz uso dos cigarros eletrônicos e vapes deve mencionar, além de agendar consultas com dentista com frequência para acompanhar e identificar possíveis danos na saúde bucal.
Uso do vape representa um problema de saúde no país
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70% dos usuários deste tipo de dispositivo têm atualmente entre 15 e 24 anos.
Conforme esta matéria, “os adolescentes e jovens estão caindo no mesmo papo que a indústria do cigarro convencional utilizou para criar uma geração de fumantes. A ideia de ser saudável, de uma cultura de consumo, que também existiu antes”, foi o que explicou a referência técnica do Programa Tabagismo da SES, Ivete Góis.
No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) são proibidas, por meio da Resolução de Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009.
Entram nesta lista os produtos que podem ter as mais diversas nomenclaturas. Você já deve ter ouvido falar em pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar, heat not burn (tabaco aquecido), entre outros, além do cigarro eletrônico, vaper ou vape.
Porém, mesmo proibidos, é comum encontrá-los à venda em diversos lugares.
É extremamente importante que as pessoas que fazem uso, tenham conhecimentos sobre os riscos do uso do aparelho.
“O uso de cigarros eletrônicos de nicotina aumenta o risco de uma série de resultados adversos à saúde, como toxicidade por inalação (como convulsões), vício e lesão pulmonar. Médicos pneumologistas alertam ainda sobre os truques que andam sendo ensinados nas redes sociais, que prometem transformar um vaporizador descartável em um recarregável, por exemplo. Isso se torna ainda mais prejudicial, uma vez que é manipulado, podendo acrescentar outras substâncias”, alertou a referência técnica.
O que fazer para parar de usar vape ou cigarro eletrônico?
Qualquer pessoa tem direito ao tratamento contra o tabagismo, inclusive, gratuito pelo SUS.
Conversar e marcar consultas regulares com seu dentista também é fundamental, pois ele poderá te orientar sobre a boa higiene bucal e aconselhar sobre os riscos associados ao vape.
Você quer parar de fumar?
Não se deixe levar pelas aparências. O cigarro convencional deixa seus malefícios mais aparentes, enquanto o eletrônico está disfarçado de algo recreativo, prazeroso e inofensivo.
Porém, ambos podem te fazer mal.
O Ministério da Saúde disponibiliza ações de promoção à saúde e uma das estratégias é o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT).
Por meio do PNCT, o SUS oferece tratamento integral e gratuito a quem deseja parar de fumar. Basta consultar a coordenação de controle do tabagismo da sua secretaria estadual e/ou municipal de saúde ou procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima.